Crise econômica aumenta fila de desempregados em Bom Jesus e região
O número de desempregados aumenta a cada dia em todo o país e na microrregião de Bom Jesus não é diferente. A crise econômica que começou agravar em 2015 apertou ainda mais em 2016, por conta da crise política. Com isso, a volta ao mercado de trabalho está cada vez mais complicada.
As filas à procura de emprego no Sistema Nacional de Emprego – SINE, posto Bom Jesus, aumenta a cada dia.
Segundo o coordenador do Sine, Osmar de Sousa Sales, o número de trabalhadores que deram entrada no seguro- desemprego no ano de 2016, é assustador; foram cerca de 2 mil. Sendo que em 2015, apenas 400. E este ano de 2017, os números crescem a cada dia, já são cerca de 200.
Somente no ano de 2016, se candidataram a uma vaga de emprego cerca de mil pessoas, mas poucos conseguiram voltar ao mercado de trabalho. No momento, não há sequer, uma oferta disponível no Sine.
Para o coordenador, quem mais demitiu foi o cerrado – as fazendas, devido à falta de chuvas que prejudicou a safra, seguido do comércio que registrou forte queda nas vendas nesse período.
Hayson Oliveira, gerente de uma fazenda, disse que empregava 50 funcionários, destes, 40 foram demitidos. “Estou na região a 15 anos e nunca tinha visto uma crise tão forte” declarou.
As empresas São João e São Pedro que concluíram a obra da linha de transmissão de energia também demitiram em massa, profissionais de diferentes áreas.
Anário Nunes, almoxarife, trabalhou dois anos e meio na São Pedro e agora, engrossa a fila do Sine. “Não quero voltar pra minha terra, Pilão Arcado, com essas chuvas de agora tudo vai melhorar”, argumentou.
O vendedor, Rangel Pinheiro Fonseca, desempregado, disse que na loja de material de construção onde trabalhava, no ano passado, eram oito funcionários e hoje tem apenas três.
Francisco Alberto dos Santos, técnico em edificações, é mais um na fila de espera do Sine. “Espero que com este inverno bom o cerrado volte a empregar”.
Osmar, disse ainda, que “a cidade de Bom Jesus lidera a lista com maior número de desempregados, seguida de Baixa Grande do Ribeiro, Eliseu Martins, Manoel Emídio, Palmeira do Piauí e Currais”. Ele não revelou os dados mas garantiu que a ordem é essa.
Os profissionais que mais deixaram currículos são das seguintes áreas: vendedor, operador de máquinas agrícolas, eletricistas, auxiliar de serviços gerais e empregada doméstica.
Atualmente o Sine chega a receber cerca de 80 currículos por semana de pessoas desempregadas da microrregião.