Bom Dia Brasil denuncia desperdício de água em poços jorrantes no Piauí
O programa da Rede Globo, “Bom Dia Brasil”, apresentou nesta segunda-feira (20/03) uma reportagem em que mostra o desperdício de água no Piauí. A equipe fez uma viagem pela região atingida pela maior seca em um século e encontrou grandes contrastes. Passaram por mais de 50 cidades e povoados, em três estados: Piauí, Pernambuco e Paraíba. E encontraram grandes contrastes, como o desperdício de água na região onde a seca entrou no sétimo ano.
“Na década de 70 a 80 foram furados muitos poços no vale do Gurguéia e eles foram usados para atender essa demanda de irrigação. Não deu certo. Foram gastos de R$ 80 a R$100 milhões para perfurar esses poços de irrigação, é uma falta de visão de aproveitamento desse material para abastecer essa região do semiárido, que é uma região seca”, disse o geólogo Francisco Lages.
O poço Violeta, em Cristino Castro, no Piauí, por exemplo, já jorrou, em 44 anos, mais de 2 bilhões de litros d´água. É o equivalente a toda a água da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O cálculo é do Serviço Geológico do Brasil, ligado a Ministério de Minas e Energia.
“Utilizam a água de forma desregrada, enchem e esvaziam a piscina sem que nenhum hóspede tome um banho, a água é desperdiçada porque não há a fiscalização por parte do Estado, um paradoxo, pois existem regiões que não existe água suficiente para abastecer a população”, disse o promotor do Ministério Público do Piauí, Vando Marques.
A INDÚSTRIA DA SECA
Segundo o promotor a indústria da seca existe, onde pessoas lucram com a falta de água de milhões de pessoas. “Ela existe quando o Estado deixa de tomar atitudes corretas para a gestão de seus recursos hídricos fazendo com que uma operação emergencial dessa movimente uma gama de exploradores da água”, falou.
OUTRO LADO
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Piauí reconhece que não tem funcionários suficientes para fazer essa fiscalização, mas que pelo menos uma vez a cada ano esse trabalho acontece e também quando há denúncias.