VIOLÊNCIA: todos somos vítimas.
Quando se fala em vítimas de violência, quase nunca nos lembramos que nossos policiais também fazem parte da triste estatística que aumenta a cada ano. Sejam civis, federais ou militares, aqueles que têm como missão precípua o combate ã criminalidade, muitas vezes sucumbe perante o caos de uma segurança bem menos eficaz do que desejamos.
Somente neste mês de março, 02 (dois) policiais militares foram covardemente assassinados por infratores. A família policial chorou a morte de dois pais de família, profissionais íntegros e dedicados à corporação: uma praça e um oficial, que deixaram não só saudade, mas aguçaram em todos os profissionais da segurança pública a indignação diante dessa situação caótica que passamos.
Em ambos os casos, criminosos reincidentes, um dos quais usando a famigerada tornozeleira eletrônica, um artifício que, ao meu ver, serve mesmo é para desafogar o sistema penitenciário, superlotado, e pouco ou nada eficaz na sua função legal de ressocializar o preso.
E nem adianta tentarmos culpar a justiça, como geralmente ouvimos e vemos os meios de comunicação ecoarem. Na verdade, o cerne da questão está numa gama de leis obsoletas, que não correspondem mais aos anseios sociais em tempos hodiernos.
Criminosos que são presos varias e varias vezes, chegam a zombar das guarnições policiais quando são detidos, dizendo eles que é em vão cada tentativa de puni-los, porque na tarda e saem pela porta da frente dos distritos, muitos dos quais nem chegam a ser condenados e sequer conhecem um presídio.
Todos sabem que defendo com veemência a prevenção. Mas, quando a prevenção falhou ou sequer fora levada a efeito, e um crime acontece, defendo uma punição que atinja, de fato, seus propósitos: castigar, servir de exemplo e ressocializar. Defendo uma mudança bem radical nos presídios, para que os presos tenham a chance real de ressocialização, mas não sem antes responderem adequadamente pelo crime que cometeram.
Quanto aos nossos irmãos de farda que sucumbiram pelas mãos desses malfeitores, fica aqui minha continência, respeitosamente na posição de sentido, prometendo defender seu legado com honra e galhardia, tal qual o fizeram em sua carreira!
*Major Elizete Lima é colunista. Escreve semanalmente no Fort Notícias.
@majorelizetelima