Em Corrente, protesto contra a reforma da previdência fecha BR-135.
As manifestações que tomam conta das ruas de todo o Brasil neste 28/04, aconteceram também na cidade de Corrente, no extremo sul do Piauí.
Um grupo de manifestantes bloquearam parcialmente, hoje pela manhã, as duas faixas da pista da BR-135, na altura da ponte que dá acesso à Brasília. Em poucos minutos, formou-se uma grande fila de caminhões e automóveis na rodovia.
O protesto reuniu cerca de 300 pessoas. Sindicalistas, estudantes, trabalhadores da educação e profissionais liberais participaram pacificamente.
O movimento foi organizado por funcionários do Instituto Federal do Piauí (IFPI), sede de Corrente, e contou com o apoio do Sindicato dos trabalhadores em Educação do estado do Piauí (SINTE-PI), Sindicato Municipal dos profissionais em Educação do Extremo sul do Piaui (SIMPESPI), da OAB seccional de Corrente, comerciantes e moto taxistas.
Eles protestaram contra as reformas da previdência e trabalhista propostas pelo Governo Michel Temer, que estão em tramitação no Congresso para serem aprovadas.
Segundo a presidente do SINT, Sandra Marí lia Pereira, as reformas tiram direitos dos trabalhadores e representam um retrocesso ao país. “Não podemos aceitar as propostas do governo como estão. É preciso discutir com a sociedade, ” disse a sindicalista.
O protesto ganhou o apoio de um grupo de índios que vinham de Brasília com destino ao Ceará. Cerca de 50 índios desceram do ônibus e participaram ativamente da manifestação.
Ainda hoje, á tarde, alguns manifestantes de Corrente vão para a cidade de Santa Filomena participar de uma caminhada pelas ruas da cidade em protesto a reforma da previdência.
Que as reformas, tanto da previdência quanto a trabalhista, tem que serem feitas, disso não tenho qualquer dúvida. Todavia, a participação popular nos debates sobre as mesmas é algo que também não se discute. Crucial, pois, o chamamento da população, especialmente os “pobres trabalhadores”, a participarem, eis que silentes, sem qualquer representante sério no poder e sem emprego, sequer tem ânimo ou força para protestar. Percebi ontem um vazio enorme na manifestação ocorrida em todo o Brasil que tornou ilegítimo o ato, pela falta maciça de povo, que talvez até quisesse protestar, mas foram catapultados de o fazer por aqueles que se auto intitulam seus representantes. Quem não chora não mama, ai garoto, a coisa contínua do jeito que tá, ou seja, inevitavelmente ruim.