É baixa a oferta de emprego na microrregião de Bom Jesus
Israel Guerra –
Cresce a cada dia os cadastros de currículos no Sistema Nacional de Emprego – SINE Bom Jesus. O órgão recebe cerca de 50 currículos por semana de trabalhadores desempregados.
O segmento da economia que registra a maior procura é o de serviços gerais, que acumula cerca de 200 currículos. Seguido de técnicos em geral que também está em baixa e conta com 110; pedreiro e auxiliar de pedreiro 40; motorista 35; cozinheira 27 e vigilante 20.
Esse número pode ser ainda maior considerando que muitos desempregados não procuram o órgão, portanto, ficam fora das estatísticas.
Ao todo, o SINE conta hoje com um montante de 432 currículos apenas nesses quatro primeiros meses deste ano e registra um acumulado de 1.500 no período de 2016 a maio de 2017.
A cidade de Bom Jesus lidera a lista de desempregados, seguida de Cristino Castro, Currais, Redenção do Gurguéia e Palmeira do Piauí.
Mesmo com um curto período de chuvas na região, que favoreceu a produção de grãos no cerrado piauiense, a oferta de trabalho não foi suficiente para amenizar a situação.
Jocélio Teles, 18, foi ao SINE pleiteando uma vaga para serviços gerais. Ele já abandonou a escola e agora engrossa a fila de desempregados.
“Quero ajudar em minha casa. Somos uma família de seis irmãos, preciso trabalhar para ajudar a minha mãe” disse, preocupado com a situação familiar.
Segundo Osmar de Sousa, Coordenador do SINE, com a colheita de grãos no cerrado houve uma pequena melhora, mas não correspondeu às expectativas.
‘O cerrado empregou muito pouco em relação ao grande número de desempregados e o comércio ainda não reagiu. Nos últimos meses a oferta tem sido muito baixa, apenas de uma vaga por mês’, disse o coordenador.
O serviço do SINE é gratuito e visa contribuir socialmente com o mercado de trabalho, promovendo o contato direto entre empregador e trabalhador.
A corrida pela retomada do emprego no Brasil é liderada com folga pelas cidades do interior.
Dados do Ministério do Trabalho mostram que 95% dos postos de trabalho gerados em abril, em nove dos maiores estados brasileiros, vieram do interior.
Até o momento nossa região ainda está na contramão da realidade do país.