Bom exemplo vem de São Paulo – Vizinhos se mobilizam para dar nova vida a praças e bairros
Cansadas de esperar solução do poder público, associações e escolas mapeiam demandas comuns e fazem vaquinhas para transformar o bairro. Prefeitura planeja 5 mil parcerias.
SÃO PAULO – Mato alto, bancos e brinquedos quebrados, lixo acumulado e até uma árvore caída há mais de um ano no meio de uma trilha.
Moradores, cansados de esperar por uma solução da administração municipal, decidiram se unir e colocar a mão na massa para revitalizar praças e parques de seus bairros.
A Praça Horácio Sabino, na Vila Madalena, zona oeste da capital, foi totalmente reformada por um grupo de moradores. Eles trocaram bancos, brinquedos, instalaram rampas de acesso e melhoraram a iluminação do local. A ideia surgiu em 2012 de um grupo de pais de crianças pequenas que se encontravam quase todos os dias ali.
“A gente chegava com os bebês e encontrava a praça em estado ruim, mas gostávamos de ficar naquele espaço. Ficamos amigos e nos organizamos para, de tempos em tempos, cada uma ligar para a Prefeitura para solicitar a poda da grama, retirada de lixo.
Às vezes dava certo, às vezes não. Foi quando percebemos que poderíamos nos organizar para fazer algo maior”, explicou Thais Hannuch, de 34 anos, uma das fundadoras da Associação Praça Horácio Sabino.
Nas conversas com frequentadores, descobriram que já havia um projeto de revitalização e decidiram atualizá-lo. Após criar a associação e de tratativas com a Prefeitura, conseguiram em outubro a autorização para iniciar as obras, de cerca de R$ 1 milhão, que foram financiadas por um fundo dos moradores.
A praça foi reinaugurada, após a revitalização, no fim de maio. “Foi a realização de um sonho ver um espaço tão querido ficar ainda melhor”, disse Thais. Com a reforma, atraiu mais público. À tarde, são comuns piqueniques e festas de aniversário nos fins de semana.
A dona de casa Carolina Galico, de 40 anos, não ia à praça antes da reforma por causa da sujeira e do receio de os filhos de 8 e 3 anos se machucarem em brinquedos quebrados. “Mas, agora, está uma delícia. Tudo bem cuidado e limpinho. Atraiu mais frequentadores e, então, são mais crianças para meus filhos brincarem”, contou, enquanto a caçula subia em uma árvore com outras crianças.
Para viabilizar a reforma, a associação assinou termo de cooperação com a Prefeitura, em que fica responsável pela manutenção do espaço por três anos.
Fonte: Estadão