Coluna Fabriciano Corado – Simples como o amor de mãe, simples como uma criança.
* Fabriciano Corado
Preocupado com o desenrolar dos acontecimentos políticos que ocorrem em nosso país, às vezes me vejo a pensar e matutar com meus botões como poderia através desta coluna ajudar na construção de um Brasil mais justo e igual para todos nós. Pensei… pensei… pensei… encontrei uma resposta simples…
Às vezes na expectativa de contribuir de sobremaneira com alguma coisa, pensamos que só fazendo grandes atos e trabalhos extremamente visíveis é que alcançamos os grandes feitos.
Mergulhado no sentimento que o dia de ontem nos trás (Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e o dia das Crianças), é que observei que devemos seguir uma trajetória simples… sermos simples, não simplórios. Simples como um amor de mãe, simples como uma criança. Talvez daí tenha surgido a coincidência de comemorarmos na mesma data dois eventos tão singelos, amorosos e porque não dizer… simples.
Foi lendo uma história da autora Eliane de Araújo que me deparei com essa cena:
“Em uma sala de aula, haviam várias crianças; quando uma delas perguntou a professora:
– Professora, o que é o AMOR?
A professora sentiu que a criança merecia uma resposta a altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:
– Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse:
– Eu trouxe esta FLOR, não é linda?
A segunda criança falou:
– Eu trouxe esta BORBOLETA, veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou:
– Eu trouxe este filhote de PASSARINHO, ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram se colocando.
Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora se dirigiu a ela e perguntou:
– Meu bem, por que você nada trouxe?
E a criança timidamente respondeu:
– Desculpe, professora. Vi a FLOR, e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu PERFUME exalasse por mais tempo. Vi também a BORBOLETA, leve, colorida… Ela parecia tão feliz, que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o PASSARINHO, caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe, e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago comigo: o perfume da flor; a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera, que só podemos trazer o AMOR em nosso coração”.
Portanto, devemos ter a visão de uma criança. Não no sentido cronológico do tempo, mas no sentido de ter a visão da carência da caridade, do afeto, do conhecimento e do cuidado. Sem sentirmos isso, não poderemos opinar ou fazer algo que realmente tenha como origem o fator principal que é o amor. Da mesma forma como está escrito em Mateus 18,4: “Quem se faz pequeno como essas crianças, é o maior no Reino dos Céus”.
Daí, pude concluir que, com os olhos de uma criança, tendo os sentimentos de uma Mãe, podemos escrever, opinar, discutir e influir decentemente em um momento político tão difícil pelo qual passa o Brasil, mesmo que as vezes não sejamos ouvidos. No entanto, se você leu até aqui, espero sinceramente que essa leitura provoque seu melhor sentimento: O AMOR.
Feliz 12 de outubro!
Dia de Nossa Senhora Aparecida e dia das Crianças!
Fabriciano Corado (Fafá) é agrônomo, colunista, escreve semanalmente no Fort Notícias.
Graduado em Engenharia Agrícola – Universidade Federal de Goiás – UFG; Especialização em Agronegócio e Meio Ambiente – Universidade Estadual do Piauí – UESPI; Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas – Universidade Federal do Piauí – UFPI; Preside a Associação Ambiental e Controle da Desertificação de Gilbués – ONG SOS Gilbués.