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Coluna Raimundo Ney – Porque reclamar? Somos coniventes!

* Raimundo Ney

O Brasil vive uma das piores – senão a pior – crise política de toda sua história. Essa fase não foi construída agora, ela já vem se desenhando a décadas pelos representantes que elegemos ao longo de todo esse tempo, mas sempre, sempre com nossa anuência.

Hoje, o povo brasileiro, eu também, claro, sente-se amordaçado pelo sistema em vigor, por políticos de direita, de esquerda, de centro, que nunca pensam no bem coletivo – sem generalizar, são poucos “gatos pingados” decentes. Quando tudo isso se tornou público, pessoas comemoraram como fosse gol do Brasil em final de copa do mundo. Mas não percebem o tamanho desse estrago.

Somos nós – todos nós – os diretamente prejudicados. Eu e você, nós todos precisamos do governo, do estado, do município. Onde seu filho estuda? Quando passa mal, procura qual hospital? Quando sua rua está suja ou precisando de reformas, procura quem e onde? Se liga povo!! Todos nós dependemos da política e dos políticos também. São deles que iremos cobrar quando as leis não estiverem sendo cumpridas.

O momento é para se refletir e pensar se vale a pena continuarmos com essa política suja que não trouxe avanço nenhum. Veja o que se comemora por aqui: a cassação de uma Presidente, a prisão de um Deputado, Ministro ou Senador!

Deveríamos estar envergonhados e extrair daí uma reflexão sobre uma profunda mudança sobre representatividade e eleição. Deixar os políticos decidirem sobre isso é colocar o réu confesso para proferir sua própria sentença. Não dá, ou participamos ou seremos eternamente os bananas da república.

Quando se liga a TV em programas jornalísticos, quando se vê e lê notícias nas diversas mídias que hoje dispomos, tomamos contato com uma imensa carga de mediocridades ditas por expoentes da política nacional. Acusações infundadas e às vezes até cômicas, descalabros em forma de justificativas por atos tomados ou a tomar, erros chulos de concordância verbal – não quis ser discriminatório – por uso em declarações de uma linguagem informal, utilizada somente em conversas particulares. Quão miúdos tem se revelado nossos representantes. Desastre.

Providências tomadas sem a menor análise de causa e efeito no comprometimento ao bom andamento econômico do País. Tomadas de decisões que implicam em onerosas contas à população que tem de acatar submissa e sem ter para quem reclamar e até tem, mas ocupado por alguém que joga contra a plateia.

Pode-se falar por horas sem se esgotarem as possibilidades de desmandos e má administração por assunção a pastas administrativas sem qualquer vínculo com a experiência profissional do político empossado, cuja função ali desempenhada não foge a regra do jogo: LOCUPLETAMENTO.

Culpa desses incompetentes de fala fácil? Sim… Sim, mas com ressalvas! Quem os colocou no comando da Nação fomos nós mesmos! Sim somos, do mesmo modo, INCOMPETENTES!! Votamos quase sempre, como compramos papel higiênico, é uma necessidade a que somos forçados. Nunca nos preocupamos em conhecer os currículos dos candidatos, comprometemo-nos a votar em determinado candidato em troca de migalhas, miçangas, rememorando os pobres e ignorantes indígenas nos primórdios desta santa terra. Nesses nossos grotões acontece de tudo.

Agora, neste momento em que estamos vivendo, em vez de a Nação se unir para procurar soluções aos inúmeros problemas em que estamos metidos até o pescoço por nossa culpa direta ou indiretamente, nos propomos a nos digladiarmos defendendo bandeiras de cores diferentes que em ambos os lados estão sujas de lama. Lama que se sou da maioria, escondo, se não, agrego a ela todas as luzes e holofotes para que brilhe a sua nauseabunda imagem, e coitado de quem estiver atolado a ela.

Friamente falando, somos todos culpados pela anarquia toda em que se encontra o Brasil. Somos uma miscigenação que não agregou tons a nosso sangue, não corre mais em nossas veias patriotismo, religiosidade, fraternidade, igualdade, como diriam os franceses… Somos presas fáceis de ideologias tupiniquins que nada tem a ver conosco, ideologias malfadadas em outras plagas e que querem ressurgir e materializar-se em nossos meios.

Afastemo-nos delas e vamos aprender a lidar com a cruel realidade. Menos decepcionante e mais propícia de acertos.

* Raimundo Ney de S. Nogueira Paranaguá é de Corrente-PI, advogado militante, formado em Ciências Jurídicas pelo UNICEUB/DF, pós-graduado em Direito e Jurisdição pela escola Superior da Magistratura do Distrito Federal – AMAGIS-DF.

 


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