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Com pouco dinheiro, Hospital Regional de Corrente atende 11 municípios.

Por Israel Guerra

Pulmão de aço. Assim pode-se dizer do Hospital João Pacheco Cavalcanti na cidade de Corrente, que nos últimos anos vem enfrentando uma longa maratona de exercícios em suas finanças para manter-se de pé.

“Não é fácil. Fazemos aqui um rígido controle de gastos”, disse a diretora Lindaura Cavalcanti, para explicar os procedimentos administrativos. Com um orçamento apertado que não dá para cobrir as despesas mensais, ela é obrigada a pedir socorro financeiro (uma verba extra), á Secretaria de Saúde do Estado.

O hospital recebe o montante de 176 mil reais mensais para atender a uma demanda de 11 municípios. Do Governo do Estado recebe 56 mil reais e da prefeitura de Corrente, 120. Dos recursos oriundos do município R$ 48 mil são destinados ao pagamento de gratificações aos efetivos e somente R$ 71 mil são aplicados em custeio. São 11 médicos, 11  enfermeiras, 43 técnicos de enfermagem e 19 em serviços gerais que trabalham com outros diferentes profissionais.

São realizadas em média 1700 atendimentos/mês; atendendo cerca de 70 pacientes/dia, realizando 80 partos por mês.  São 48 leitos que as vezes ficam quase todos lotados. Alguns destes ambientes não tem sequer um ventilador. Como os aparelhos de ar condicionado estão queimados os pacientes e acompanhantes agonizam com tanto calor.

Segundo a diretora, a falta de dinheiro é o principal problema enfrentado. No cargo há 3 anos, ela já implantou um sistema gerenciador financeiro para adequar a realidade das finanças.

Como os recursos são poucos é feita uma grande ginástica financeira, priorizando os serviços mais essenciais. E não são poucas as despesas. Somente com combustível são gastos 20 mil reais e com oxigênio cerca de oito mil mensais. Os recursos para custeio são insuficientes para cobrir as despesas com a medicação.

Na farmácia básica nunca falta medicamentos, as vezes fica no limite sendo necessário fazer permuta com outros municípios. “Estamos sempre atentos ao estoque para não deixar faltar insumos e medicamentos”, afirma Amélia Rosa Cunha, responsável pelo setor.

Os municípios que tem maiores demandas são: Cristalândia, Sebastião Barros, Riacho Frio e São Gonçalo do Gurguéia. Além destes, recebe  pacientes de Santa Filomena, Gilbués, Monte Alegre, Parnaguá, Barreiras do Piauí e Curimatá. Juntas, somam uma população de cerca de 110 mil habitantes.

“Trouxe uma paciente em trabalho de parto. Ao chegar a médica informou que no hospital não tinha sequer uma dipirona. O último fio de sutura acabei de usar”, disse uma técnica de enfermagem de uma cidade vizinha que pediu para não ser identificada.

Mesmo com o orçamento apertado já houveram algumas conquistas. O hospital conta hoje com dois grupos geradores, que na falta de energia entram em ação automaticamente. Foram adquiridas cadeiras acolchoadas para acompanhantes e foi implantado o sistema de câmeras de vigilância em todos os compartimentos do prédio. Além disso, começou a funcionar recentemente o poço artesiano que garante o abastecimento de água de boa qualidade, atestada mediante o exame bacteriológico pelo laboratório Lacen.

O Centro de Fisioterapia DR. Misael Guerra, integrado ao hospital, realiza cerca de 1.500 atendimentos mensais. Um espaço importante que precisa ser climatizado e de novos aparelhos para fisioterapia.

O outro serviço oferecido é o Projeto Registrar. Uma sala disponível para que seja feito gratuitamente a certidão de nascimento de recém-nascido está ociosa porque o cartório responsável pelos serviços não mantém o atendimento.

Mesmo com o título de regional, o João Pacheco, realiza apenas procedimentos de baixa e média complexidade.  Ainda falta uma sala de estabilização bem aparelhada para atender casos de alta complexidade, quando chegam, são enviados em ambulâncias para as cidades de Floriano e Teresina. Nesse momento, os pacientes desta região passam a contar-se mais com a sorte.

A esperança

Neste último dia 16 de janeiro, a vice-governadora Margarete Coelho e secretário de saúde do Estado Florentino Neto, estiveram em Corrente assinando a ordem de serviços para a implantação de uma Sala de Estabilização e a liberação de recursos no valor R$ 926 mil reais para a aquisição de novos equipamentos para o João Pacheco. Na ocasião, eles lançaram o Programa Passo à Frente, que visa atender as pessoas com deficiência, fornecendo próteses e órteses.

“Já conseguimos muitas coisas, mas precisamos de muito mais. Acredito que com essa campanha “Saúde para os Hospitais” vamos conseguir muito mais”, finalizou, a diretora.



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