Hospital de Cristino Castro está em situação precária
Por Israel Guerra
A Unidade Mista de Saúde Lourival de Abreu Vasconcelos, da cidade de Cristino Castro é um exemplo real da falta de compromisso do poder público com a área da saúde.
A estrutura física do prédio está comprometida. As infiltrações estão por toda parte: banheiros, enfermarias, salas e corredores.
“Isso aqui estava abandonado, quase em ruínas, para funcionar tivemos que fazer uma pequena reforma nas instalações elétrica e hidráulica”, disse o secretário de saúde do município, Danilo Vaz.
São três grandes salas de cirurgias que estão servindo de almoxarifado, se funcionassem desafogava o hospital na vizinha Bom Jesus. As camas e vários outros equipamentos estão enferrujados.
Os colchões, velhos e desgastados. Dos 15 aparelhos de ar condicionados que haviam, de tão antigos, apenas três foram recuperados. As gambiarras são visíveis em quase todos os cômodos.
O hospital não possui sequer um aparelho hospitalar. Não tem raio X, Ultrassom, desfibrilador nem eletrocardiograma. Não tem condições nem mesmo para fazer partos o que aumenta ainda mais a dependência do hospital de Bom Jesus.
“Começamos do zero. Quando chegamos aqui para trabalhar não havia a menor possibilidade, estava um verdadeiro caos”, lembrou o enfermeiro Ildenes Lima.
São cinco enfermarias onde atuam quatro médicos, três enfermeiras, uma nutricionista, 18 técnicos de enfermagem, 13 serviços gerais e outros profissionais chegando a 45 funcionários.
É grande a movimentação no hospital, são realizados em média 1.200 atendimentos por mês.
“Antes aqui não fazia nem um curativo, já melhorou muito de um ano para cá”, afirmou Maria Luciene, 64, enquanto aguardava atendimento.
Outro paciente que não quis se identificar, internado a quatro dias, que faz um tratamento prolongado, disse que antes (até meados de 2017), ia para o hospital de Bom Jesus, mas, agora, recebe um bom atendimento.
O diretor do hospital Olavo Ferreira, disse que se faz muito com o pouco dinheiro. “Ao assumir, aqui não tinha um comprimido, para começar a funcionar fizemos uma compra de medicamentos no valor de 40 mil reais”, explicou.
A despesa mensal é em média 150 mil reais, deste montante, o Governo do Estado repassa apenas 30 mil e a prefeitura arca com o restante, 120 mil reais. É com esta receita que o hospital deve atender uma população de 10 mil habitantes, segundo dados do IBGE (2010). Uma verba extra no valor de 30 mil reais destinada para custeio que o governo deveria repassar ao hospital, está atrasada a sete meses.
Segundo o secretário, durante o ano de 2107 vários ofícios foram enviados à Secretaria de Saúde do Estado, solicitando a reforma do prédio e a compra de equipamentos, no entanto, nem mesmo uma simples resposta ele recebeu até o momento.
A esperança
Uma Emenda Parlamentar do deputado federal Rodrigo Martins (PSB), destinou o valor de 500 mil reais para a reforma e custeio do hospital. Sendo 200 mil destinado para custeio e 300 mil para a reforma. Os recursos já estão disponíveis e já foi feita a licitação, o início das obras está previsto para a primeira semana deste mês de março.
Para o secretário Danilo Vaz, a campanha “Saúde Para os Hospitais do Extremo Sul do Piauí”, é importante para que desperte na sociedade e nos gestores públicos um engajamento em busca de soluções.