Quadrilhas de Santa Luz e Currais levam o público ao delírio no Festival Junino de Bom Jesus
Festival Junino de Bom Jesus mantém viva cultura nordestina
Quem foi ao Festival Junino de Bom Jesus na noite de ontem (22/06), sem dúvida voltará hoje para a grande final. As apresentações das quadrilhas estilizadas Lumiar da Lua, (Santa Luz-PI) e Asa Branca de (Currais-PI), levaram o público de mais de 3 mil pessoas ao delírio. Jovens, crianças e idosos vibravam freneticamente com o espetáculo teatral.
A Junina Lumiar da Lua encenou a grande obra do escritor nordestino Ariano Suassuna -“O Auto da Compadecida”. Logo, os espectadores se identificaram com a peça devido ao seu caráter popular que mistura literatura, humor e o regionalismo nordestino.
Nas cenas, o protagonista João Grilo fugindo da vida de miséria e fome no sertão do Nordeste com suas trapaças, sempre ao lado do seu amigo Chicó, não deixava o povo parar de rir. O cangaceiro Sivirino, o Diabo e A Compadecida (Nossa Senhora), foram personagens marcantes na peça.
Com o tema: “Não sei, só sei que foi assim”, com seus 46 componentes, muita criatividade e com suas cores vibrantes; azul, verde e vermelho a Lumiar da Lua arrancou aplausos durante toda sua apresentação.
A Junina Asa Branca, de Currais iniciou a apresentação com um forte traço da cultura nordestina nas figuras dos santos casamenteiros Santo Antônio e São João, destacando o casamento do matuto. Um resgate das tradições nordestinas mais antigas nas festas juninas.
A Asa Banca contou a rivalidade das famílias tradicionais do nordeste (O coronelismo) encenando o casamento de uma moça rica, filha de coronel, com um rapaz de família pobre. Uma realidade no desenvolvimento social e político da região Nordeste.
Com uma coreografia impecável, trages coloridos, cores matizantes- amarelo e vermelho dos vestidos, combinando com as calças risco de giz e sapatos vermelhos-sangue, formavam belo figurino junino.
As duas agremiações fizeram tremer as arquibancadas recebendo aplausos, quando encenaram o cangaço de Virgulino – Lampião. O xaxado, a carabina, Maria Bonita, o chapéu de couro de Lampião cravejado com estrelas, a cabaça, o lenço e a sandália de couro dava vida aos cangaceiros.
O prefeito Marcos Elvas na companhia do deputado estadual Gustavo Neiva, da secretária de Cultura, Izabel Piaia e assessores, assistiam ao espetáculo encantados com o que viam.
“Isso é apenas o resultado do que é feito com amor. É gratificante ver todas as classes sociais de Bom Jesus num só palco. Fico emocionado”, disse o prefeito.