Vale do Gurguéia têm potencial para ser um grande celeiro de frutas do Nordeste
Da Redação – Israel Guerra
“Projeto encontra-se abandonado pelo Governo”
A produção de melancia vem trazendo uma nova perspectiva para as famílias do Perímetro Irrigado do pequeno município de Alvorada do Gurguéia, localizado no Extremo Sul do Piauí, ás margens do Rio Gurguéia.
Com pequenos investimentos definidos de forma participativa, os irrigantes de Alvorada celebram a produção de 200 toneladas na safra de 2018, que além do auto abastecimento, vendem também para outras cidades do Piauí, Maranhão e Pará. Com ótimas condições de produção o Vale do Gurguéia pode se transformar num grande celeiro de frutas do Nordeste.
São 20 produtores cultivando apenas cerca de 40 hectares, mas esta produção poderia ser muito maior. O município possui 2 mil hectares agricultáveis e com toda a infraestrutura necessária, como; energia elétrica, água, estrada (BR 135) e centenas de metros de tubulação apropriada para a irrigação. Ao todo são 180 irrigantes, no entanto, poucos tem condições financeiras para investir no seu próprio negócio.
Segundo Ricardo Pinheiro, filho do irrigante Raimundo Pinheiro, o projeto do DNOCS que iniciou no ano de 1976 encontra-se abandonado pelo Governo. “Falta recursos para o custeio. Se houvesse incentivo para a compra de insumos, preparo do solo e sementes a produção poderia ser cinco vezes maior”, afirmou.
Otimista, Pinheiro faz parte da segunda geração de produtores do perímetro do vale do gurguéia. Ele disse que já buscaram apoio junto à Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado do Piauí mas, não foram correspondidos. Eles já propuseram ao Governo do Estado uma parceria; que o apoio oferecido pelo governo fosse retribuído com frutas para as escolas estaduais, para serem servidas na merenda escolar. Mesmo assim, não houve sucesso.
O único incentivo que recebem é da Prefeitura de Alvorada do Gurguéia, que contribui com trator, implementos e combustível para o preparo do solo na época do plantio.
Com água em abundância, a cultura da banana e do côco também já foram introduzidas pelos pequenos produtores. Os resultados positivos são visíveis na microrregião, como a geração de emprego e renda para famílias que antes não via nenhuma perspectiva de desenvolvimento.
O faturamento com a melancia gira em torno de 10 mil reais por caminhão, (RS 5,00 a unidade), que são revertidos no sustento das próprias famílias e no contínuo aperfeiçoamento da cadeia produtiva.
