Coluna Hélvia Paranaguá – Vamos construir pontes e não muros
* Hélvia Paranaguá
Era 9 de novembro não de um ano qualquer mas de 1989.
Morávamos em Foz do Iguaçu e me recordo como se fosse hoje, de assistir no Jornal Nacional, Pedro Bial cobrindo a queda do Muro de Berlim. O
correspondente mostrava a alegria daquela gente, na maioria jovens berlinenses, com marretas e outras ferramentas, colocando abaixo o muro da vergonha, que separava gente de uma mesma raça, membros de uma mesma família e a queda do muro, evidenciou a pobreza da Alemanha Oriental em contraste com a pujança da Ocidental. Eram rostos perplexos de ambos os lados diante do descortinar de realidades tão antagônicas.
Em 2009, numa visita oficial a Berlim, pude ver prédios que são preservados até hoje para manter na memória do seu povo, os dois lados de uma nação separada não apenas por um muro, mas por dois sistemas de governo.
Enquanto o mundo inteiro comemora, no dia de hoje, os vinte e nove anos da queda do muro de Berlim, penso com pesar nos muros invisíveis que vêm sendo erguidos, inclusive aqui no Brasil, muros da intolerância religiosa, racial, de classes sociais, de gênero e até de regiões geográficas.
Que a data de hoje sirva como reflexão, especialmente para os mais jovens, sobre os muros que precisamos derrubar, antes que se tornem intransponíveis.
* Hélvia Paranaguá é natural de Corrente – Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Graduada em Letras/Inglês pela Universidade de Brasília- UnB, Pós-graduada em Ensino da Língua Estrangeira Moderna – LEM pela USP de Curitiba, Pós-graduada em Administração do Turismo em Núcleos Receptores pela Escola de Comunicação e Arte – ECA da USP, Pós-graduada em Administração Pública- CIPAD pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Mestranda em Educação Pública pela Universidade de Brasília, Exerceu cargo de Secretária na Secretaria Extraordinária de Educação Integral do DF.