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Coluna Major Elizete – Que culpa tenho eu de ser mulher?!

* Major Elizete 

Após a decisão de ingressar na política e escolher o partido, começou uma grande corrida para percorrer o estado do Piauí em apenas 45 dias; e, mais que isso, fazer chegar aos quatro cantos do estado que, nessas eleições, uma outsider que estava se atrevendo a colocar seu nome à disposição para representar a população que quisesse “Mudança pra valer”, o lema de minha campanha.

Porém, eu teria que fazer com as pessoas conhecessem meu trabalho, minha história de vida, minhas propostas, e, sobretudo, meu enorme desejo de ser a congressista que jamais se viu neste estado. Mas em 1 mês e meio não daria tempo de percorrer os 224 municípios, motivo pelo qual, para mim, era tão importante do tempo de TV.

A sorte é que meu partido tinha um bom tempo  reservado para seus candidatos; o azar foi que isso não fora respeitado pela coligação, e, infelizmente, fora-me subtraída a maior arma que eu teria para vencer a guerra! E, pior que isso, foi o fato de que as emissoras de TV privilegiaram alguns candidatos para entrevistas, sob a alegativa de que eram as coligações que escolhiam os nomes; a minha, no entanto, disse o contrário. Até hoje não sei de quem era a verdade. O fato é que ainda hoje encontro pessoas que dizem que só souberam que eu era candidata após o resultado expressivo que alcancei na apuração dos votos. “Meu voto teria sido seu!” – disseram-me inúmeros eleitores, presencialmente e pelas redes sociais.

Então, sem TV e rádio, a estratégia foi pedir amigos e familiares para ajudarem nas reuniões e caminhadas. E, de carro, com um motorista de uma auxiliar, percorri 186 cidades, de Cristalândia a Ilha Grande do Piauí, fazendo caminhadas e reuniões, sempre com bom humor e muita esperança  no coração.

O melhor de tudo foi que, em cada lugar, encontrei uma acolhida inimaginável. Sorrisos largos e palavras carinhosas que me impulsionavam a seguir adiante, e que, naqueles dias, me fizeram crer que a vitória poderia ser uma realidade. Eram tantas as pessoas que se diziam fãs de meu trabalho e que criam no meu nome para ser a mudança em nossa política piauiense!!! E o jingle “chiclete” e meu número fácil foram facilmente decorados pela meus seguidores e isso ajudou demais!

Mas as batalhas internas começaram a vir a público.

Como sou mulher, recebi parte do recurso do Fundo Especial (que é específico para as candidatas!) e isso deixou outros candidatos do partido muito chateados e, mesmo sem razão, eles levaram para imprensa com uma versão dos fatos que, de certa forma, deixaram-me, perante a opinião pública, como uma vilã.

Mas, que culpa tenho eu se sou mulher?! Pela primeira vez esse fato foi benéfico, porque, em outras ocasiões, perdi (ou não me foram dadas) grandes oportunidades exatamente por ser mulher. E, dessa vez, ser mulher deu-me a oportunidade de, ao menos, ter uma pequena chance, com um recurso mínimo para as despesas básicas de combustível, carros, alimentação e hospedagem! Foi uma bênção, para mim e para minha equipe!

Então, segui quase que sozinha, sem apoios, sem financiamentos externos, sem parcerias ou dobradinhas com políticos de mandatos… somente eu, minha família, amigos e DEUS.

* Major Elizete Lima é Oficial da PM-PI, ex- Coordenadora Estadual do PROERD; Advogada; Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil, em Docência do Ensino Superior, Gestão de Segurança Pública e, ainda, em Atenção Integral a usuários e dependentes de Substâncias Psicoativas.

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