Padrasto tinha “nojo” pela família e chamava crianças envenenadas de “primatas”
Desprezo, raiva e nojo. São estes os sentimentos que, segundo a polícia, Francisco de Assis Pereira tinha pela família com que vivia. Ele é o padrasto de Francisca Maria Silva, mãe das cinco crianças envenenadas em Parnaíba e que acabou morrendo também vítima de envenenamento. As palavras foram ditas pelo próprio Francisco em depoimento ao delegado Abimael Silva, que coordena o inquérito. Abimael afirma que ainda é cedo para confirmar a autoria dos envenenamentos, mas que o comportamento de Francisco para com a família aponta para uma motivação plausível.
Segundo o delegado, o padrasto não falava com nenhum de seus enteados e se referia aos filhos de Francisca como “primatas, não higiênicos e que viviam como uma tribo de índios”.
“Ele falou em depoimento que eram pessoas com as quais ele não conseguia conviver. Quanto à Francisca, ele costumava dizer que ela era uma criatura que tinha uma mente tola, matuta, que não serve para nada, que passa o dia escutando música de mala. Chegou a falar para a mãe dela que a Francisca não procurava um homem que trabalha, só procurava mala e mais de uma vez manifestou desejo que ela saísse de casa”, disse Abimael Silva, Delegado de Polícia Civil.
Para a polícia, a personalidade de Francisco de Assis é “complexa” e ele falava de forma espontânea sobre o desprezo que tinha pela família. Para garantir a segurança dos parentes e evitar que a sociedade revide de alguma forma o que para a polícia ainda é uma suspeita – a autoria ainda não foi comprovada – Francisco permanecerá preso temporariamente. A polícia tem de 30 dias para concluis o inquérito, mas este prazo pode ser prorrogado havendo necessidade.