Coluna Israel Guerra- O Caos na Saúde do Extremo Sul do Piauí: Um Chamado à Ação

* Por Israel Guerra

A saúde pública no extremo sul do Piauí vive um verdadeiro estado de calamidade. A situação é alarmante e clama por atenção imediata das autoridades e da sociedade civil.

O que deveria ser um direito fundamental, garantido pela Constituição, tornou-se um desafio diário para milhares de cidadãos que enfrentam a falta de atendimento, infraestrutura precária e escassez de profissionais qualificados.

Em muitas cidades da região, as unidades de saúde estão sucateadas, com equipamentos obsoletos e falta de medicamentos essenciais. Pacientes são obrigados a percorrer longas distâncias em busca de atendimento, enfrentando filas intermináveis e, muitas vezes, a frustração de não serem atendidos. Essa realidade é ainda mais cruel para os moradores das áreas rurais, que, além da distância, lidam com estradas em péssimas condições, tornando o acesso à saúde um verdadeiro teste de resistência.

A escassez de profissionais de saúde é outro fator que agrava a situação. Médicos e enfermeiros, desmotivados pelas péssimas condições de trabalho e baixos salários, abandonam a região em busca de melhores oportunidades. Essa fuga de talentos resulta em um ciclo vicioso: menos profissionais significam menos atendimento, o que leva a um aumento da insatisfação e da mortalidade, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como crianças e gestantes.

Além disso, a falta de investimentos adequados na saúde pública é um problema crônico. Os recursos destinados à saúde são frequentemente insuficientes para atender às demandas da população. É inaceitável que, em pleno século XXI, a saúde ainda seja tratada como uma questão secundária, enquanto outras áreas recebem atenção prioritária. A saúde deve ser uma prioridade, e os governantes precisam entender que investir na saúde é investir no futuro da população.

As consequências desse caos são visíveis: aumento das doenças infecciosas, mortalidade infantil alarmante e um sistema de saúde que, em vez de promover o bem-estar, se torna um fator de risco para a vida dos cidadãos. A falta de campanhas de prevenção e educação em saúde contribui para a perpetuação desse cenário, onde a população não tem acesso a informações básicas sobre cuidados e prevenção de doenças.

É hora de a sociedade se mobilizar e exigir mudanças. A população do extremo sul do Piauí não pode continuar a ser refém de um sistema de saúde falido. É fundamental que os cidadãos se unam em busca de soluções, pressionando os gestores públicos a tomarem medidas efetivas para reverter essa situação. A saúde é um direito de todos e deve ser tratada com a seriedade que merece.

Em suma, o caos na saúde pública do extremo sul do Piauí é um reflexo da falta de vontade política e de um descaso histórico. É preciso que as autoridades ouçam o clamor da população e atuem com urgência para garantir que todos tenham acesso a um atendimento digno e de qualidade.

A saúde é um bem precioso e deve ser prioridade em qualquer agenda política. A hora de agir é agora!

* Israel Guerra (Badé) é jornalista, editor do Portal Fort Notícia.