Coluna Israel Guerra-Extremo Sul do Piauí: Uma região rica de povo pobre
* Por Israel Guerra
O extremo sul do Piauí é uma terra de contrastes. Enquanto a região é abençoada com um potencial produtivo imenso, sua população enfrenta uma realidade de pobreza e exclusão.
É uma grande contradição que se repete em muitos cantos do Brasil, mas que aqui se torna ainda mais evidente, refletindo a luta diária de um povo trabalhador que, apesar de sua força e resiliência, se vê preso em um ciclo de dificuldades.
A riqueza do solo sul piauiense é inegável. Com vastas áreas de terras férteis, a região tem tudo para se tornar um celeiro de produção agrícola, pecuária e hortifrutigranjeiro. No entanto, muitos dos que habitam essa terra não têm onde plantar e criar.
A falta de políticas públicas eficazes que incentivem a agricultura familiar e a geração de emprego no campo resulta em um cenário onde a produção é limitada e a população rural se vê obrigada a migrar para as cidades em busca de melhores oportunidades. O que deveria ser um motor de desenvolvimento se transforma em um deserto de oportunidades.
Além disso, o extremo sul do Piauí ainda é uma região marcada pelo alto índice de desemprego. A ausência de indústrias e a falta de investimento público tornam a situação ainda mais crítica. O resultado é uma população que, mesmo sendo trabalhadora, se vê à mercê da informalidade e da insegurança econômica.
A saúde pública, por sua vez, é um dos maiores desafios enfrentados pela população. Com hospitais sucateados e a escassez de profissionais qualificados, o acesso a serviços de saúde de qualidade é um privilégio de poucos. A falta de UTI’s, as longas filas de espera e a falta de medicamentos essenciais são uma realidade cotidiana para muitos. A saúde, que deveria ser um direito garantido, se torna um campo de batalha onde a população luta para ter acesso ao básico. Os baixos indicadores sociais são um reflexo direto dessa negligência.
Municípios como Morro Cabeça no Tempo, Cristalândia, Sebastião Barros, Corrente, Barreiras do Piauí, Júlio Borges, Avelino Lopes, Santa Luz, Redenção do Gurgueia, dentre outros, distantes quase mil quilômetros da capital, carecem de maior atenção do governo estadual e federal. Nossos prefeitos estão sempre em romaria, com pires na mão, para Teresina e Brasília em busca de recursos que nunca chegam.
É inaceitável que uma região com tanto potencial produtivo continue a conviver com a pobreza e a exclusão. A falta de investimentos em infraestrutura, educação e saúde pública perpetua um ciclo vicioso que impede o desenvolvimento. O povo do extremo sul do Piauí merece mais. Merece políticas públicas que valorizem o trabalhador, que incentivem a produção agrícola e que garantam acesso à saúde de qualidade.
A transformação dessa realidade passa pela mobilização da sociedade civil e pela pressão sobre os gestores públicos. É preciso que nós (população) se una em torno de um objetivo comum: exigir mudanças que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.
O extremo sul do Piauí é uma região rica, mas é hora de que essa riqueza se traduza em qualidade de vida para seu povo. A luta por um futuro melhor começa agora, e o grito de socorro de cada sul piauiense dever ser ouvido.
* Israel Boaz Lemos Guerra (Badé) é jornalista, editor do Portal Fort Notícia.
Realista e coerente a matéria! Parabéns pelo editorial Israel. A mais pura verdade
Boa tarde o problema da nossa região é a mal destribuição das políticas público que fica concentrada nas mãos das liderança políticas que é pobre não tem acesso um poço é pra os fazendeiros porque tem mais animais as horas de trator pelo