Em Cristalândia do Piauí, UBS do Cabaceiro está sucateada
Por Israel Guerra
Fechada há cerca de três anos, a Unidade Básica de Saúde Camila Alves Damasceno, na localidade Cabaceiro – Cristalândia do Piauí, está completamente abandonada.
O prédio que deveria suprir a demanda em saúde de toda região do Cabaceiro, é mais um símbolo de desperdício do dinheiro público na região do Extremo Sul do Piauí.
As imagens refletem a falta de compromisso do poder público com a saúde municipal. Um prédio novo, praticamente sem uso, já está todo sucateado. Portas e janelas quebradas, forro caindo, paredes sujas, louças sanitárias e instalações elétricas furtadas. Um verdadeiro descaso com a saúde pública.
O que deveria ser um ponto para cuidar da saúde dos cristalandenses, hoje é utilizado por vândalos e usuários de drogas que estão depredando o local, causando medo entre os moradores que pedem uma providência urgente.
Dentro das dependências da UBS, fezes humanas se misturam à sujeira que tomou conta dos cômodos que deveriam estar ocupados por enfermeiras e pacientes. Na parte de fora, o lixo e o mato estão invadindo o terreno, afetando diretamente o imóvel.
Quando inaugurada, em 2016, a UBS ainda chegou a funcionar por período de oito meses. Estava totalmente equipada servindo aos cristalandenses que ali chegavam. Mas, logo no início da administração do prefeito Ariano Messias a Unidade foi desativada.
Segundo o secretário municipal de saúde, Sândalo Nogueira, a obra estava 70% irregular e que há um processo no Ministério da Saúde. “Tramita uma ação de Improbidade Administrativa. Não posso assumir os danos”, explicou o secretário.
Para os moradores, a solução seria fazer funcionar esta grande estrutura que consumiu muito recursos públicos.
“Desde que fecharam aqui, temos que recorrer ao antigo posto, mas lá dificilmente tem médicos para atender a comunidade”, reclamou uma moradora que não quis se identificar.
É inaceitável a falta de respeito para com a comunidade do Cabaceiro, constituída de povo ordeiro e trabalhador, mas que não tem seus direitos garantidos, sendo obrigados a caminhar cerca de 20 quilômetros para conseguirem uma consulta na cidade.
“Isso é uma vergonha. A população toda reclama, essa UBS podia ajudar toda a região”, disse o morador que preferiu não se identificar.
Ao custo de aproximadamente R$ 480 mil reais, a UBS do Cabaceiro, é mais um elefante branco que a sociedade assiste de braços cruzados virar uma grande ruína.