Coluna Israel Guerra – No dia mundial do meio ambiente, nada a comemorar.
Israel Guerra –
Na semana passada (05/06), foi comemorado o dia mundial do meio ambiente. Particularmente, quando penso nas cidades do Extremo Sul do Piauí, sinto que há muito pouco ou quase nada para se comemorar.
Não que as cidades não mereçam. Mas, é que as questões ambientais andam muito descuidadas, aliás, como muitos outros setores, pelos Governos e também pela sociedade.
E não é por falta de alertas ou de uma Secretaria do Meio Ambiente. Não! Na verdade falta decisão política e o dever do exercício da cidadania em cada um de nós, para enfrentar e assumir questões que dão trabalho para resolver. Mas que são essenciais quando se pensa no futuro das nossas gerações.
Ao contrário do que se esperava das novas administrações mais atuantes nas questões ambientais, o que se vê é o desmonte de uma estrutura que tem muitas responsabilidades e muito o que fazer.
A total ausência de uma política ambiental para os municípios se soma a falta de apoio das administrações municipais e do Governo estadual, aos funcionários responsáveis por levar adiante as missões da pasta.
Se levado mesmo a efeito, esse desmonte vai resultar em prejuízos para a população que não terá mais a quem recorrer na busca de soluções para inúmeros crimes ambientais que ocorrem diariamente na região da Bacia Hidrográfica do Rio Gurguéia.
O fato é, que em vários municípios não tem sequer uma secretaria de meio ambiente. E em outras que possui o que um dia já foi uma secretaria, hoje não é mais que um arremedo. Não há estrutura, não há pessoal, não há interesse em vê-la funcionando adequadamente.
Enquanto isso os rios Gurguéia, Corrente, Paraim, Palmeira, Lagoa de Parnaguá, brejos e riachos que correm ou corriam em vários municípios, agonizam, alguns já na UTI, em estado terminável, pedindo socorro.
Para quem não sabe, algumas de nossas cidades são cortadas por rios, brejos ou córregos. Nenhum deles tem suas nascentes sob proteção.
Nunca houve preocupação das prefeituras em definir ações de proteção para as áreas de preservação ambientais que protegessem as nascentes desses importantes mananciais.
O resultado desse descaso é que, se nada for feito, em pouco tempo eles vão desaparecer do mapa. Hoje, já sofrem com a falta de cuidados. Estão expostos à ação desordenada do crescimento das cidades que desvia para os seus leitos os dejetos dos esgotos que a população produz.
Longe de querer pintar um quadro de horror, mas a verdade é que a situação é dramática. Quando um administrador municipal não tem a consciência ambiental necessária para prever como será o futuro da sua cidade, a população está sob terrível risco.
Nessas condições, o dia mundial do meio ambiente, antes de ser uma data de comemoração deve ser uma data de alerta. No extremo sul do Piauí, NADA A COMEMORAR!
* Israel Boaz Lemos Guerra é Jornalista.
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