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Coluna Israel Guerra-A nossa miséria em primeiro lugar

* Israel Guerra

A pobreza e a miséria são pragas sociais que nos acompanham desde o início da nossa colonização, ficam mais resistentes a cada dia em todo o Brasil. Insistem em não ter fim em meio a tantos extravios dos recursos públicos.

É inegável que no decorrer das últimas décadas obtivemos avanços importantes. Muitos dos indicadores sociais brasileiros melhoraram.

É preciso dizer, porém, que a pobreza e a miséria não são condições exclusivas de uma região (Nordeste), como se costuma pensar. Praticamente todas as cidades do país, principalmente as periferias das grande cidades contam com pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.

Aqui na região Extremo Sul do Piauí a situação é ainda mais séria, um tripé que resulta numa triste realidade – a fome, a pobreza e a miséria. No entanto, é válido ressaltar que, apesar dos problemas históricos, temos avançado na área de combate à fome e à pobreza.

O número de crianças em idade escolar frequentando aulas atualmente aumentou, é maior do que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmente.

O Brasil já fez parte do grupo das dez nações de economia mais forte do mundo. No campo diplomático, avança a passos largos. Apesar dos avanços, a fome e a miséria resistem. Como exemplo, posso afirmar que nesse exato momento muitas famílias dos municípios do Extremo Sul do Piauí não têm nada na mesa para comer. E, pior, não possuem sequer um real para comprar um quilo de farinha para dar seus filhos.

O flagelo está por toda parte, especialmente na zona rural, onde concentra os bolsões de miseráveis, invisíveis aos olhos de muitos conterrâneos piauienses ou brasileiros bem posicionados na escala social, políticos que fingem não ver.

Nos grandes centros urbanos, com frequência, a miséria atravessa o fosso social profundo e se manifesta de forma violenta. A quantidade de “lixo de gente” nas calçadas é aterrorizante para qualquer cidadão que tem compaixão com o sofrimento alheio. O número de jovens, crianças e idosos abandonados é assustador.

A corrupção generalizada não é única causa desta cruel face da miséria. A ineficiência dos programas sociais contribui para que milhões de pessoas continue vivendo na dependência de programas assistencialistas. Programas que desde a sua criação elegeram a nossa miséria como prioridade número um.

Israel Boaz Lemos Guerra (Badé) é jornalista, editor e colunista do Portal Fort Notícias.

Fotos: Israel Guerra

3 comentários sobre “Coluna Israel Guerra-A nossa miséria em primeiro lugar

  • Isso é um circulo vicioso, onde o povo se vende pra eleger os políticos e quem não se vende é perceguido. Isso é enescrupuloso.

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  • Realidade flagrante que insistimos em não se importância. O tratamento dado a essas pessoas é o de ser humano de categoria inferior. Do mesmo modo que as tratam no periodo eleitoral, ou seja, como uma coisa exposta a venda, isso se repete no dia a dia. Trocando em miúdos, é sempre bom mante-los na dependência, pois sempre estarão à disposição da oferta a ser paga pela necessidade e coerência do momento. Precisamos melhorar muito e urgentemente essa questão.

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