DestaqueNOTÍCIASPOLÍTICA

Pacientes internados no hospital de Corrente agonizam no calor infernal

Por Israel Guerra

Na área externa, o mato se torna ambiente favorável para ratos, cobras e baratas.

As pessoas que buscam tratamento de saúde no Hospital Regional João Pacheco Cavalcanti, na cidade de Corrente-Piauí, se deparam com uma situação humilhante e constrangedora.

Os pacientes internados agonizam com o calor infernal nas enfermarias que não possuem sequer um ventilador, numa cidade em que a temperatura, na sombra, beira os 35 graus Celsius.

Num quarto, de aproximadamente 20 metros quadrados chegam a dormir oito pessoas (pacientes e acompanhantes), que dividem o pequeno espaço com as camas, cadeiras, malas e bolsas. “Aqui é mais quente que no inferno, estamos pra morrer de calor”, disse um paciente, que pediu para não ter sua identidade revelada. 

Em várias enfermarias não tem aparelhos de ar-condicionado, os poucos que ainda restam pendurados nas paredes não funcionam, estão quebrados.

As malas, bolsas e ventiladores são colocados na mesma cama do paciente ou no chão, porque não tem um móvel para agasalhar os pertences.

Alguns banheiros das enfermarias exalam um mau cheiro ao dá descarga nos vasos sanitários, podendo piorar ainda mais a saúde dos pacientes contaminando-os com bactérias.

Na área externa, próxima às enfermarias o mato está tão alto que se torna ambiente favorável para ratos, cobras, baratas e mosquitos da dengue.

Há problemas toda parte.  Nos banheiros há vasos quebrados, infiltrações nos ralos e portas que não fecham, com fechaduras quebradas, os pacientes fazem as necessidades fisiológicas numa situação constrangedora.

Em outra sala onde são feitos os exames de eletrocardiograma o lixo divide espaço com funcionários e pacientes.

Algumas camas estão enferrujadas, falta lençóis para atender a grande demanda de pacientes que chegam diariamente de Corrente e cidades circunvizinhas.

Uma senhora, acompanhando a sua mãe, que não quis se identificar, disse que já havia buscado atendimento nos hospitais das cidades de Gilbués e Monte Alegre, mas em ambos, não tinha médico para atendê-la. “Fui obrigada a vir para Corrente na ambulância do SAMU. A sorte é que trouxe o meu lençol e ventilador, senão, minha mãe estaria deitada nessa napa quente”, disse a moradora da cidade de Gilbués.

O médico que também pediu para não ser identificado lamentou as más condições de trabalho. “Não está fácil trabalhar aqui, mas fazemos o possível para oferecer um bom atendimento”, afirmou o profissional.

Em janeiro de 2018 o Portal Fort Notícias publicou matéria mostrando a dificuldade financeira enfrentada pelo hospital. No período de um ano a situação agravou bastante. 

Nessa época, a diretora, Lindaura Cavalcanti, já dizia que a falta de dinheiro era o principal problema enfrentado. “Como os recursos são poucos é feita uma grande ginástica financeira, priorizando os serviços mais essenciais”, afirmava a diretora.

No cargo há 4 anos, ela implantou um sistema gerenciador financeiro para adequar a realidade das finanças.

Os recursos repassados pelo governo do Estado e pela prefeitura de Corrente, média de R$ 150.000, mensal,  são insuficientes para atender a demanda de 11 municípios. 

A situação é vergonhosa e revoltante, principalmente para o cidadão que leva em suas costas uma grande carga tributária.

Em 2018, o Piauí arrecadou em impostos exatamente R$ 11.858.748.317,15. No ano anterior, o valor foi de R$ 10,79 bilhões.

Nesta sala havia um aparelho de ar-condicionado
Algumas tomadas não funcionam
Pacientes dividem o espaço na cama com bolsas e sacolas
Mato é moradia de ratos, baratas e mosquito da dengue
Porta do banheiro não têm tranca
Lixo na sala de exames de eletrocardiograma
Cama enferrujada
Janela tapada com papel e fita adesiva
Gambiarra na tomada é o retrato do caos
Bolsas são colocadas ao chão
Lençol colorido não é do hospital
Vaso sanitário quebrado exala mal cheiro
Na cama, bolsas e sacolas dificultam acomodação dos pacientes
Sujeira toma conta da área externa
Mato ameaça invadir salas
De tão velhas, cerâmicas estão caindo da parede
Pacientes aguardam atendimento
Sem local adequado, papel higiênico fica na janela do banheiro
Idosa fica à beira da cama por causa das bolsas
Ar-condicionado é apenas decorativo,  não funciona.
Sem mesa, bolsa é colocada no chão
Banheiro da uma das enfermarias
Cadeira para acompanhantes

 

 

2 comentários sobre “Pacientes internados no hospital de Corrente agonizam no calor infernal

  • Dia 27 de dezembro de 2018 o aparelho que faz a visualização de uma Raio X estava com defeito, ou seja: podia até fazer o procedimento de captura de imagem, mas como podia visualizar sem o equipamento adequado. Essa informação me foi passada por uma das atendentes que me orientou a ir a um posto de saúde para pegar o encaminhamento para fazer em uma clínica particular.
    Espero que já tenham solucionado o probelma.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

REPROGRAMADO POR REINALDO FERNANDES - KANAFISTE TECNOLOGIA - www.kanafiste.com.br
× Como posso te ajudar?