PF faz buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta (22) a Operação Compensação, que tem como principal investigado o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar.
A ação investiga suspostos repasses, que somariam cerca de R$ 43 milhões, ao Progressistas (PP) por intermédio do senador. De acordo com depoimentos de colaboradores, os pagamentos eram feitos por meio de espécies e em doações oficiais para compra de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.
Os agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão no Piauí, em São Paulo e no Distrito Federal e intimações para depoimentos de envolvidos. A operação foi autorizada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber.
O senador reeleito já havia sido alvo de buscas da PF em setembro do ano passado. A operação era baseada em um inquérito que investiga crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa supostamente praticada por empresários, políticos e doleiros.
Em acordos de colaboração premiada fechados com a Procuradoria-Geral da República (PGR), executivos da Odebrecht apontaram o caminho do dinheiro desviado de obras públicas concedidas à empreiteira.
O STF já rejeitou uma denúncia de que o senador teria recebido propina de R$ 2 milhões da UTC Engenharia com a promessa de favorecê-la em obras do Ministério das Cidades no Piauí.
Crescimento de patrimônio
Ano passado, ao prestar informações à Justiça Eleitoral relacionadas ao registro de sua candidatura ao Senado, Ciro Nogueira afirmou possuir um patrimônio equivalente a R$ 23,3 milhões. Oito anos antes, ele informou possuir R$ 1,9 milhões em bens. O crescimento do patrimônio do piauiense foi de 1082% entre 2010 e 2018.