Coluna Major Elizete – Votar branco ou nulo é o melhor protesto?
* Major Elizete Lima
A cada dia temos presenciado a decadência de uma classe representativa denominada POLÍTICOS, sobretudo em razão dos escândalos envolvendo aqueles que juraram, após eleitos pelo seu povo, defender os direitos de seus conterrâneos, de sua gente. E não são raras as vezes que ouço as pessoas dizerem que estão fartas de tanta desonestidade e cinismo, chegando a defender o voto nulo ou em branco.
Mas, o que acontecerá se nos negarmos a exercer o direito de escolha de deputados, senadores, presidente e governadores, por exemplo?
Antes de nós debruçarmos sobre essa questão que é, também, jurídica, vamos relembrar o que é política.
Política (do Grego: πολιτικός / politikos, significa “de, para, ou relacionado a grupos que integram a Pólis”) denomina-se a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; a aplicação desta ciência aos assuntos internos da nação (política interna) ou aos assuntos externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância. (Winkpedia).
Pois bem, a política, em sua essência, é linda… e necessária para que possamos ter um estado justo e igualitário, bem cuidado e seguro. O que, ao meu ver, está definitivamente falido é o grupo de pessoas que, hoje, diz nos representar.
Alguns, inclusive, que detêm não só o poder econômico mas também o midiático (com programas de TV inteiramente voltados para a sua própria promoçao!), e que não se acanham em usá-los para ludibriar seu povo sofrido, oprimido pelas suas mentiras e falsas promessas.
E quando aparece alguém que ousa contestar esse poder, ou que ameaça os interesses desses políticos tradicionais, que se julgam donos das cadeiras das casas legislativas ou do executivo, logo logo reagem com a brutalidade de um assassino frio e cruel para eliminar qualquer esperança de mudança. Usam de meios obscuros para macular a imagem de quem quer que se atreva a contestar a “ordem” das coisas que eles nos têm imposto há tantos e tantos anos.
E aí ficamos reféns desse círculo vicioso!
Como não temos outras alternativas em quem votar, nos rendemos a famílias inteiras exercendo cargos políticos em nosso país (dêem uma olhada na quantidade de esposas, filhos, irmãos e outros tantos parentes em uma só legislatura! E temos deputados que estão com 7 ou 8 mandatos, cerca de 30 anos no poder… e ainda querendo outra reeleição!!) – São sempre os mesmos há muitos anos, perceberam?!
Mas, voltando ao início desta reflexão: e se diante de tamanha decepção com o meio político, votarmos branco ou nulo? Bem, a consequência mais grave é, simplesmente, abdicar de um direito constitucional de escolher os seus representantes, ainda que seja o “menos ruim”!
Por que? Ora, porque mesmo que a maioria dos eleitores votem branco ou nulo, ainda assim a eleição não será anulada e vencerá o candidato mais votado; o número de votos válidos é reduzido, permitindo que a eleição seja definida logo no primeiro turno, em alguns casos.
E, aliás, tudo o que eles (os políticos ruins) querem é que desistamos mesmo, que deixemos para o mínimo de eleitores possível, já que pretendem corrompê-los ou manipulá-los ao seu bel prazer. Se não votarmos, ou sequer nos interessarmos nas eleições, terão menos trabalho para se perpetuarem no poder.
Portanto, não podemos nos furtar dessa imensa responsabilidade de exercer a cidadania plena e fazer de nosso voto uma ferramenta (que é a única) capaz de mudar efetivamente nosso país, nosso estado, nossos municípios… nossas vidas!! Não podemos, em nenhuma hipótese e sob qualquer pretexto ou desculpa, facultar aos outros uma escolha que é nossa! Uma tarefa dificílima que é fazer da política um instrumento para tornarmos o mundo melhor! E esperar que, no próximo pleito, tenhamos chances reais de fazer uma escolha correta, porque já não suportamos mais tanta decepção!
* Major Elizete Lima é colunista, escreve semanalmente no Portal Fort Notícias.
Oficial da PM-PI, atualmente na Coordenação Estadual do PROERD; Advogada; Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil, em Docência do Ensino Superior, Gestão de Segurança Pública e, ainda, em Atenção Integral a Usuários e Dependentes de Substâncias Psicoativas.