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Coluna Israel Guerra – Quem pode fazer a revolução na educação do Extremo Sul do Piauí?

Cocal dos Alves, faz bem o seu dever de casa.

Por Israel Guerra –

Mais um ano letivo está começando. No ensejo, várias semanas pedagógicas. Esperamos que esteja iniciando também um novo tempo, uma revolução no ensino público em nossa região.

Apesar de aqui na região do Extremo Sul do Piauí, termos uma leva de políticos desqualificados para os respectivos cargos; apesar do mar de lama da corrupção que a mídia mostra, do enriquecimento ilícito de um batalhão deles; apesar da falta de moral e civismo da maioria desses nossos representantes, a região do Vale do Gurguéia ainda pode sonhar com dias melhores em termos de qualidade na educação e, através dela, mudar o triste cenário em que vivemos atualmente.

No Brasil, somente metade de quem ingressa nas escolas públicas termina o Ensino Médio. Na fraquíssima educação da Chapada das Mangabeiras, alunos de oito a dez anos não sabem diferenciar simples formas geométricas como círculos, triângulos e retângulos.

Para completar o quadro lastimável, alunos do 2º ou 3º ano do Ensino Médio não conseguem identificar a informação principal em uma notícia de poucas linhas, como estas do Portal Fort Notícias.

A educação no Vale do Gurguéia só cresce em quantidade, mas a qualidade patina em índices baixíssimos. Nossos índices educacionais nos deixam atrás de vários municípios pobres da região do semiárido piauiense.

E o que dizer de municípios do norte, como Cocal dos Alves? Hoje, conhecida nacionalmente como a capital dos matemáticos. Este pequeno município do norte piauiense vêm sendo referência nacional quando o assunto é ensino público de qualidade.

Apesar desse quadro desolador, decepcionante é preciso acreditar que é possível termos escolas, professores e alunos destaques, assim como os de Cocal.

Lá, são escolas simples como as nossas. Onde a maioria dos alunos ajudam os pais (grande parte analfabetos) na lavoura. A diferença é que eles possuem excelente nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), bem acima da média nacional.

Mas como isso é possível, tratando-se de um município pobre, com baixo nível socioeconômico e onde os pais possuem baixa educação?

Há alguns fatores que podem explicar e fazer grandes diferenças para o bom desempenho: proximidade entre famílias e a escola; envolvimento estreito com a comunidade e cada um ajudando como pode.

Em Cocal, muitos pais não sabem escrever o nome, mas já sabem o que é Ideb e entendem a importância das avaliações e das etapas do ensino. Os pais decidem com coordenadores o currículo pedagógico a cada ano.

Devemos ressaltar que essas escolas são públicas, de poucos recursos, onde o que se destaca é a organização, a disciplina, a capacitação e uma vontade imensa de mudar pra melhor a qualidade da educação.

Abençoados sejam vocês (diretores, professores, alunos e demais colaboradores), pois vocês sim, são quem podem fazer uma verdadeira revolução educacional nos municípios da Bacia Hidrográfica do Gurguéia, contribuindo para tornar a região do Extremo Sul do Piauí, mais justa, fraterna e preparada para os atuais e futuros desafios.

*Israel Boaz Lemos Guerra  é jornalista, natural da cidade de Corrente-PI.

3 comentários sobre “Coluna Israel Guerra – Quem pode fazer a revolução na educação do Extremo Sul do Piauí?

  • Amigo Israel, muito oportuna essa reflexao para o dia de hj e sempre.Imagine voce , com seus ideiais, vontade de fazer o melhor e chega na eacola se depara com o minimo de estrutura que elea acham que ta otimo. Salas superlotadas; e por ai vai .. mas e bom sonhar

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  • ABIEZER CAVALCANTE GOMES NETO

    Bem, a maioria dos políticos que tem vagos no governo do estado é do norte. A compra de votos no sul através de cabos eleitorais deixa os recursos nas mãos desses corruptos. Vamos fazer nossa parte e votar em políticos do sul do Piauí.

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  • Diante do enorme desafio educacional brasileiro, muitos ousam encontrar variáveis mágicas para pôr fim à falta de qualidade da educação básica. Parte desse grupo, genericamente denominado por “especialistas” ou “conselheiros” em educação, propõe medidas “simples” e “inovadoras” na tentativa de desencadear uma espécie de “insurreição” educacional. Não dá certo. Óbvio que toda tentativa de solucionar um problema tão grave colabora com o debate, mas diante da complexidade do assunto, é mais prudente encarar a realidade: o Brasil mudará sua situação educacional apenas com trabalho árduo, investimento e a clareza de que os resultados somente serão colhidos no médio e longo prazo. Não seremos capazes de nos livrar de tão humilhante situação com soluções populistas e imediatistas, mas com a serenidade necessária e compatível com o tema. Isso porque é preciso enfrentar questões estruturais dos nossos sistemas públicos de ensino. O Brasil precisa assumir que deixou, por muito tempo, a educação de lado. Desvalorizou a carreira docente, apenas 0,6% das escolas públicas são adequadas para promover a relação de ensino-aprendizagem, não temos uma política curricular clara e a participação dos pais nas escolas não é estimulada nem pelos sistemas de ensino e muito menos é valorizada pela sociedade. Isso precisa mudar. Parabéns pelo artigo Israel !!

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